quarta-feira, 28 de maio de 2008

Felicidade é estado de espírito.


Ainda me impressiona quem acha que felicidade depende de advento externo. Felicidade é estado de espírito e somos nós os responsáveis por cultivá-la e alimentá-la.
Tudo bem, você deve estar de saco cheio de ouvir isso, mas pense bem: nós sempre colocamos a nossa felicidade nas mãos de outras pessoas ou de realizações futuras. Só há um tempo para ser feliz e esse tempo é agora, isso já foi dito e escrito por aí várias vezes, só reafirmo.
Meus caros, não esperem a casa nova, a faculdade, o carro, aquele amor que você tanto sonha. O momento é agora e com o que temos. Cada um no seu estilo. Pode ser melhor, se souber identificar o que tem e trabalhar a favor.
Se sua casa não é a casa dos sonhos, melhore o que tem. Faça um pequeno jardim, coloque vasos, mude os móveis de lugar, acenda um incenso, troque a energia do lugar.
Não fique sonhando com o homem ou a mulher perfeita, eles não existem. Nem você é perfeito. Aprenda a conviver com pequenos defeitos, ele podem ser até divertidos e quebram com certeza a rotina. Não perca tempo discutindo por pequenas coisas, isso consome tempo e acarreta o crescimento de grandes mágoas.
Não se esqueça de que sonhar é preciso, mas que trabalhar para a realização destes sonhos também. Planeje sua vida, pare de fazer contas descontroladamente. Isso não vai melhorar a sua auto-estima, só vai fazer você não sentir a sensação do quanto viver é bom. Não conheço ninguém decente que consegue ficar feliz com contas vencidas e nenhuma possibilidade de quitá-las.
Seja criativo! Isso ajuda você a ser pró- ativo, a se relacionar melhor com as pessoas e ser mais empreendedor. Vista roupas com cores diferentes, experimente novos sabores, aprenda a dançar, cante mesmo que desafinado. E ria! Muito e sempre. Pessoas felizes são mais gentis e conseqüentemente, melhores. Não conheço uma pessoa verdadeiramente boa que não seja excelente profissional também.
Se presenteie todo mês, porém com pequenos presentes que fazem bem a alma e não que podem te dar status como aquele carro do ano. Sorvete na praça, cinema no meio da tarde, conversar horas com aquele amigo que você nunca tem tempo pra vê-lo, um livro que te faça pensar, aquele chocolate maravilhoso ou aquela cervejinha no final da tarde. Isso sim são presentes para a alma.
Repito: Felicidade é estado de espírito! Seja mais leve. Simplifique!
Lembre-se que nós não sabemos o tempo que temos por aqui então viva, mesmo que não seja fácil sempre.
Luciana Barbosa

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Crônica do Amor Improvável



Se a vida não é óbvia quem diria o amor!
Tinham tudo para não combinarem, ela mais velha, cheia de pequenas manias que os solitários cultivam, ele, ainda na casa dos pais com a mãe ligando na madrugada pra saber se iria dormir em casa ou não.
Ela era cheia de experiências amorosas mal sucedidas e trazia no fundo a certeza que iria viajar pra Europa quando envelhecesse com uma dessas excursões da terceira idade. Achava-se moderna suficiente para não se prender à convenção do amor; amava os filhos, os amigos, tinha dias que se amava incondicionalmente e amava o simples fato de estar viva, mas, lá no fundo incomodava-se com as histórias vazias que carregava na bagagem, e mesmo sem admitir, sonhava com o amor convencional.
Ele, depois de um único relacionamento de três anos, quando se viu na condição de solteiro novamente quis aproveitar a vida. Cerveja, botecos, amigos e a moça da vez. Isso, por que não queria nada fixo, nada duradouro e enchia o peito para afirmar para quem quisesse ouvir que era um solteiro convicto.
Afirmou isso até pra ela, na terceira vez que se viram e ela balançou a cabeça afirmativamente num gesto de quem não estava nem um pouco preocupada. Ele não seria o homem que ela imaginara para sua vida, não era aquele companheiro que ela desenhava com todo cuidado e pintava com as cores da mente.
Criava toda a cena: ele chegando em casa e contando para os pais, que estava namorando uma mulher nove anos mais velha, que já havia sido casada e tinha um casal de filhos sendo que a mais velha já tinha dezoito anos. Podia ver a pretensa sogra dando taquicardia, enchendo os olhos de lágrimas e se lamentando pelo futuro do filho, o pai todo cuidadoso chamando o filho para uma conversa de homem para homem e dizendo que ele merecia mais para seu futuro. Era um amor improvável. Então não havia com o que se preocupar.
Mas a questão já era essa, o encontro casual dos dois durante uma viagem de feriado prolongado em que só alguns se conheciam, o primeiro olhar e aquela afinidade instantânea, o passar de mão nos cabelos, o primeiro beijo e o destino traçado a partir daquele momento, nunca mais seriam solteiros, convictos ou não. Se fossem românticos tradicionais poderiam dizer que foi amor à primeira vista, mas isso não iriam admitir, achavam piegas esse senso comum.
Hoje, trocam por apelidos açucarados como todo casal que se preza, riem das mínimas coisas e não levantam, nunca, a voz um para o outro, nem quando algo não está a contento. Passam a noite conversando e relembrando que, nem ela, nem ele, acreditavam que amor assim fosse possível, a não ser nas telas dos cinemas e a única preocupação agora são os preparativos do casamento que esta por vir.
Ah, e quanto aos sogros, não se preocupem, é como o filho: prezam pela felicidade e não são presos às convenções.
Ela agora não tem dúvida de que improvável é só aquilo que não deixamos acontecer pelo simples medo de viver.


Luciana Barbosa.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Hj é meu aniversário...36 e me sinto a pessoa!!!rsrs
Hj tive um presente divino que em outra ocasião conto...mas que me fez voltar os meus olhos mais ainda para o céu e dobrar meus joelhos no chão!
Sou extretamente feliz e amada... e mesmo estando meio debilitada por problemas de saúde acredito que vale a pena viver e mais ainda acreditar nas possibilidades!
Tenham fé sempre...
E ela pode vir de várias formas..só tem que se manifestar!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O Baú. ( Conto )

Cotinha olhou para os lados procurando sabe se lá o quê. Virou a cabeça de um lado para outro e começou a assoviar uma canção de roda que aprendera com a mãe e disparou a rir sozinha, aquele riso maroto de quem está prestes a fazer uma traquinagem. Olhou para o chão e viu uma pedrinha com um formato diferente e a apanhou, abriu o pequeno baú que trazia nas mãos, limpou a pedrinha na barra do vestido e a colocou lá dentro junto a outras pequenas bugigangas que ela agora colecionava.
Aquele baú tinha um significado especial para Cotinha. Ali encontravam-se seus achados mais preciosos porque foram vislumbrados com os olhos da alma e para ela eram pequenos tesouros. Pedrinhas, anéis de latas de refrigerantes, um pequeno espelho trincado entre tantos outros objetos. Mas, o que Cotinha adorava naquele baú era a foto de um moço que ela havia achado entre as fotos de família e surripiado sem que ninguém visse.
Era uma foto antiga, daquelas que o tempo já amarelou. Apesar de ser preto e branco ainda se delineava os traços bonitos daquele rapaz e ela às vezes perdia a noção do tempo, ficava admirando aquele rosto por horas a fio como se ele fosse um antigo conhecido. Era mais que uma imagem, mas ela não conseguia explicar o que se passava dentro do peito. A foto só perdia espaço no seu coração para as pedrinhas de jogar baliza. Cada uma escolhida a dedo no quintal para encaixar perfeitamente em sua mão. Era seu jogo solitário preferido, gostava de ver as pedrinhas sendo lançadas ao ar e a habilidade que tinha para não deixar que elas caíssem.
Cotinha levantou novamente o olhar, dessa vez procurando no quintal aquela goiabeira que vivia abarrotada de frutos, devia ser hora do almoço e sua barriga estava fazendo aqueles barulhos engraçados que só as barrigas com fome fazem. Conseguiu ver de longe a árvore e saiu saltitante em direção a ela.
Parou um instante para descansar debaixo de uma mangueira frondosa e apanhou algumas folhas antes de se sentar. Amava o cheiro das coisas e achava que algumas tinham o cheiro trocado. Deus tinha se cansado de inventar cheiros e os usava em mais de uma coisa, dizia.
Um exemplo era o Jatobá. Adorava aquela massa grudenta, mas não suportava o seu cheiro de chulé. Aquilo parecia mais o cheiro de um sapato usado sem meias por dias do que uma fruta inventada por Deus.
Por outro lado, a mangueira tinha o cheiro de manga, o cajueiro, de caju e a erva cidreira, de chá, daqueles de fim de tarde que acompanhavam os famosos bolos de fubá de sua amada mãe.
Levantou se devagar. Ultimamente estava se sentindo cansada e às vezes tinha a impressão que dormia dias a fio. Devia ser anemia ou mais uma maluquice da sua cabecinha de vento que queria fazer tudo ao mesmo tempo.
Pegou seu baú com cuidado e saiu admirando as Marias-sem-vergonha que cresciam por todo o quintal. Aquelas florzinhas pareciam que nasciam do nada e davam um colorido todo especial ao lugar. Ela particularmente amava as vermelhas e vivia enchendo o cabelo com porções delas.
Finalmente chegou à goiabeira e pegou a primeira fruta que sua mão alcançou, mordeu com gosto a goiaba, mas não achou que estava nem macia e muito menos suculenta.
Pôs-se a olhar para cima, tentando identificar ali de baixo mesmo, uma fruta melhor. Seus olhos cresceram para o alto da copa e numa mistura de contentamento e excitação pelo achado, exclamou batendo palminhas:
_Nossa, que bitela!!!
Deu uma analisada rápida no tronco da árvore para descobrir por onde seria mais fácil subir. A goiabeira era antiga, todavia não muito alta, não ia ser tão difícil.Tirou dos pés os chinelinhos e enrolou um pouco o vestido para não enroscar na subida. Colocou as duas mãos num galho e quando levantou a perna ouviu uma voz atrás dela:
_ Mãe, por favor! Estou te procurando há horas. Você vai se machucar assim.
Cotinha largou as mãos da árvore e ficou irritada com o comportamento da mãe. Achava que ela estava ficando doente ou fraca da cabeça. Nós últimos tempos ela andava acreditando que Cotinha é que era a mãe e de vez em quando a chamava assim. Ainda sem se virar Cotinha retrucou:
_ Não me chame assim! Isso me irrita.
Leonor sorriu e respondeu com calma:
_ Desculpe-me, prometo não fazer mais isso se você não sumir assim. Vamos voltar e preparo para ti um belo chá.
Cotinha nem se lembrou da rusga e respondeu:
_ Só se tiver bolo de fubá!
Leonor assentiu com a cabeça e deu o braço para voltarem para a casa. Assim, caminhando em silêncio ela ouvia o barulho da passarada no quintal e dava vazão aos seus pensamentos e angustias.
Desde que a mãe adoecera, os papéis se inverteram. Os sintomas do Alzheimer a levaram novamente para sua fase de meninota, que ainda corria pelo quintal. Leonor preferia ver a mãe assim a, nos dias em que ficava ausente, muda, como se a alma tivesse abandonado o corpo sem nenhum aviso.
Quando chegaram em casa, Leonor tentou ajudar a mãe a tomar banho mas , esta se recusou dizendo que já era uma mocinha e sabia se lavar muito bem sozinha. Combinaram então que Cotinha não trancaria a porta do banheiro, e assim feito foi para a cozinha assoviando uma velha canção de roda que aprendera com sua avó.
Preparou o bolo com todo cuidado e o colocou para assar. Fez o chá com erva cidreira e ele por sua vez perfumou toda a casa. Colocou numa caneca o líquido fumegante e encaminhou-se para o quarto da mãe. Entrou devagar e percebeu que ela já havia dormido abraçada ao baú que tanto amava.
Ajeitou sua cabeça no travesseiro e retirou o baú bem devagar para que não acordasse. Ela precisava descansar.
Abriu aquele velho baú com cuidado e no mesmo momento seus olhos se encheram de lágrimas. No meio de tantos objetos sem valor, estava a foto de seu pai ainda moço.
Os sintomas da doença fizeram perdidos para Cotinha um tempo e lembranças que não voltariam. Mas, entre seus achados mais preciosos estava a foto de um homem que foi seu amor por toda uma vida, seu companheiro mais fiel e que nem a doença conseguiu aniquilar.
Leonor fechou o baú, deixou-o ao lado da mãe e saiu bem devagar. Sabia que nunca entenderia o real significado da vida e muito menos do amor.

Entre, a casa é sua!

Criei esse espaço pq sei da solidão dos homens!

Sei da minhas dores e compadeço das dores alheias.

Sei que têm horas que nada acalma, nada passa, tudo doi.

Mas tb sei que sempre têm o dia seguinte, que os ciclos se fecham e começa outro mesmo que demore uma eternidade.

Somos guerreiros, somos capazes e a resposta ainda está no amor!

Sim! Ame muito e sempre mais, seja apaixonado pelo seus projetos, por sua vida, pelas pessoas.

A resposta mais simples para se viver bem e sermos melhores.

O espaço está aberto pra troca de experiências e aos poucos vou colocando os rascunhos que minha alma produz