terça-feira, 30 de junho de 2009
João Pedro e a calcinha comestível.
Impressionante como a tecnologia, a rapidez nas informações afetam até nossa vida sexual. Que nos afirme, João Pedro na sua procura pelas inovações e saciedade sexual feminina.
Há algum tempo ele já tinha chegado à conclusão que o homem já não era mais o macho dominante e que não bastavam apenas uns beijos mais quentes nas preliminares para garantir o tão complicado orgasmo feminino.
E o que era pior, as mulheres, na atual modernidade, e defendendo os direitos adquiridos à custa de muitos sutiãs queimados, agora sabiam o que exatamente queriam na hora do sexo. E dá-lhe pedidos: Mais em cima, mais em baixo, devagar, depressa, com mais pegada, de cabeça pra baixo e por aí ia.
Nessa busca pela satisfação feminina e sobrevivência digna da espécie masculina ele resolveu inovar e acabou num dia de desespero total num sex shop.
Aí entre brinquedinhos inovadores, gelzinhos que esquentavam e esfriavam, se deparou com uma calcinha comestível. Na hora veio a imagem de uma loira super gostosa que ele estava começando a sair e que queria mais que tudo impressiona-la.
Comprou a dita cuja sabor morango e mandou entregar com uma champanhe para sua presa, com um bilhetinho singelo que dizia: Te encontro mais tarde, vista somente isto.
Quando chegou a noite, se perfumou e saiu todo animado para o encontro, ao se deparar com a loirona belzebu, saiu faísca. Ela toda animada com o presentinho, só vestia a danada da calcinha, ele já caiu matando.
No meio do rala-e-rola, ele começou uma gemeção sem fim, a loira que ainda não tinha chegado lá, deu um ultimato, mas ele continuou ainda mais alto.
Ela olhou pra ele direito e viu que ele estava todo empolado, vermelho, com manchas horríveis pelo corpo, não conseguia nem falar direito.
Correu então com ele para o hospital mais próximo. Chegando lá, pergunta vai, pergunta vem, ela naquela aflição, ele ficando roxo, o médico olha bem pra ele e diz:
_ Isso é algo que ele comeu, intoxicação alimentar. Você sabe o que ele comeu hoje de diferente?
A loira ficou muda, como ia dizer para o médico? Ele só piorando, morrendo de medo de passar dessa para melhor, começou a se debater e desesperar e ela nada de falar. João Pedro tirou forças sabe-se lá de onde, agarrou o braço do médico e gritou.
_ Foi a calcinha!
Ele de primeira não entendeu, olhou para a Loira e aí sacou tudo. A intoxicação veio de uma calcinha comestível.
Deu uma risada disfarçada pensando que aquilo só acontecia no seu plantão, mandou João Pedro para fazer uma lavagem estomacal e passou os medicamentos necessários.
Depois de dois dias, ele recebeu alta e tomou uma decisão, iria continuar colaborando com todos os orgasmos femininos que pudesse, mas nada que pusesse a sua vida em risco, ah, isso não!
Luciana Barbosa
quarta-feira, 24 de junho de 2009
A dor Liberta!
Ele parecia sempre mal humorado, ranzinza, mas para quem o conhecia de verdade sabia. O que ele tinha era um amor daqueles mal curados e que se tornava ainda pior por ser parcialmente inventado.
Às vezes queremos adiantar o curso da vida e pegamos a primeira pessoa que passa e a maquiamos da melhor forma possível para aliviar a solidão.
Queremos fazer dar certo e inventamos alguém que só nós a enxergamos com tamanha perfeição e é onde nos machucamos.
Em determinado tempo de sua vida ele tinha inventado alguém e ao longo de anos sofria daquele amor mal curado.
E não adiantava os amigos falarem, nem as sucessivas brigas, ofensas e humilhações. Ele a havia colocado no altar imaculado dos sentimentos tolos e nada abalava sua esperança de construir uma vida a dois. Até que um dia adoeceu.
Não, não pense que foi de amor. Foi um câncer mesmo, daqueles que chegam sem avisar e nos pegam de surpresa num exame de rotina.
Com o laudo em mãos, sua vida passou a tomar um gosto diferente, e uma visão inesperada e mais consciente foi tomando forma.
E bastou uma conversa com o objeto do seu desejo para ele entender que a vida é importante demais para ser desperdiçada com invenções vazias.
Pela primeira vez teve coragem de verdade. Jogou fora as fotos, bloqueou endereços eletrônicos, cortou o mal pela raiz. Marcou a cirurgia e reviveu.
Porque há casos em que o amor em nada ajuda, mas a dor sim, essa liberta!
Luciana Barbosa.
terça-feira, 23 de junho de 2009
Extremos!
Quando você vai embora, a primeira noite é sempre a pior.
A cama é muito mais cama...
Os pés são muito mais frios...
O silêncio é bem mais calado...
A saudade é muito mais dor...
Quando você retorna, ai bem sei.
Que a noite vira dia...
A cama fica pequena...
O silêncio sussurra...
O corpo esquenta...
E saudade, vira sinônimo de amor.
Luciana Barbosa.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Sem anestesia, por favor!
Não que eu prefira a dor, longe disso. Só de ver programas médicos, minhas pernas doem sei lá por quê. Me dá uma agonia como se tivessem cortando a mim, e não aquele fulano lá na tela.
Eu quero mesmo é a vida sem anestesia. Poder viver as emoções sejam elas quais forem. Como eu saberia diferenciar a fúria se eu não conhecesse a calma? O amor, se eu não provasse do abandono?
Sem as experimentações diárias, minha vida seria uma grande rotina e meu caminho um grande vazio. O bom, caríssimos, é ter história pra contar e chegar à conclusão que tudo é passageiro, então aproveitemos melhor os momentos e, mesmo nos dias que estivermos com vontade de amarrar o bode atrás da horta, que façamos! Afinal, nada melhor do que ser humano, mas lembremos também de tirá-lo de lá porque gente que reclama o dia todo é um pé no saco até pra quem não o tem.
Pense em coisas melhores pra fazer do que apenas passar pela vida, experimente pelo menos uma vez algo novo, nem que seja uma comida diferente e, quem sabe mais pra frente, até uma posição sexual mais ousada. Você merece!
E quando você achar que tudo está chato demais, parado demais, encare a vida e grite pra ela em alto e bom som:
_Sem anestesia, por favor!
Você vai ver que enfrentar os problemas ainda é o melhor remédio.
Luciana Barbosa.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
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