segunda-feira, 2 de junho de 2008

Cinderela às avessas.


Ela era assim, um metro e quanto de gente? Não sei. Só sei que não chegava á um metro e sessenta. Quanto de verdade ela não dizia de jeito nenhum, mas também não interessava, sua estatura dobrava quando se conversava com ela, o coração era enorme e o sorriso também.
Carolina mais conhecida como Carol era daquela s mulheres pequenas, contudo guerreira.
Parecia uma bonequinha, dessas que a gente compra pra guardar na coleção e viver admirando, porém não se enganem. Não era nada delicada na forma de falar e vivia colocando pra fora um tanto bom de palavrões que fazia corar os mais tímidos e divertir os mais moderninhos.
Já namorava há algum tempo, aliás, um longo tempo. Cinco anos e por diversas vezes carregava o relacionamento nas costas. Queria fazer dar certo e encafifou que era hora de se casar. Estava na época com vinte e cinco anos e um futuro promissor pela frente que ela ainda não enxergava.
Ela já havia perdoado traição, falta de interesse, falta de grana, tudo porque achava que ele era o amor da sua vida. É a mania que temos de querer enxergar algo que não existe e consertar aquilo que não tem conserto. Sempre pensamos que se não for isso, não há como encontrar nada melhor, isso não só para amor, mas para outras coisas na nossa vida que não nos completam.
Com a idéia do casório na cabeça, fez pressão, chorou, argumentou, entretanto de nada adiantou. Ele achava que era ela, porém que não era a hora certa para aquele passo. Aí um dia ela cansou e deixou todos com o queixo caído, terminou o namoro sem maiores lamentações e sem volta.
Hoje, depois de passados cinco anos, ela já teve outras experiências, outros amores, outras dores e sobreviveu a todas. Sabe que o importante da vida é se amar primeiro para depois amar o outro e que a vida continua, mesmo que não siga o curso que achamos que ela deveria tomar.
Hoje ela está noiva e “muito bem obrigada”! Mudou-se para Angola para trabalhar e levou seu companheiro junto. Cheia de planos, ela espera voltar no começo do ano e se casar com toda pompa e circunstância.
Afinal ela pode ser moderninha, mas não dispensa a cerimônia que ela tanto sonhou com amor que ela tanto esperou.

Luciana Barbosa.

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