quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Fobia versus fome de viver.
Eu tenho Acrofobia, que para quem não sabe o que isso é medo de altura, um medo desmedido e irracional.
Sempre que preciso passar por um viaduto, subir uma escada rolante, uma escada normal que seja, necessito de um trabalho interno violento de superação. E faço! Porque necessito viver.
Imagine você que está lendo essa crônica agora o que é para essa pessoa aqui voar, ou como diz o bom mineiro, andar de avião. É um mantra desde a sala de embarque até o pouso de que tudo irá ficar bem e sempre sorrindo que é para não dar bandeira do tamanho da aflição.
Na minha última aventura, que foi para Buenos Aires, na ida pegamos mais turbulências do que andar de montanha russa. Acredito que deveria ter um cartão no embarque em que marcássemos o item: (x) Sem emoção.
Mas, não. Dessa vez foi com todas as emoções possíveis, o avião balançando, uma menina gritando que iria cair, meus pés mais suados que dias intensos de calor e a mão de meu pobre marido sendo esmagada silenciosamente.
Nessas horas coloco São Pedro louco, certeza. Até imagino, ele desesperado com tanta oração e frases confusas, intercaladas com não quero morrer, chegando até Deus e pedindo a interseção na ajuda:
- Deus essa mulher necessita muito de ti. É tanta prece, que acredito que ela está em um perigo terrível.
Ao que Deus, conhecendo essa sua filha aqui, impassível responde:
- Há essa Luciana, inventou de voar de novo? Se acalme São Pedro, logo ela aterrissa.
E é assim mesmo, a fobia que tenho não ultrapassa a fome que tenho de viver e a curiosidade de conhecer tudo que me cerca.
São Pedro que aguente minhas preces na próxima viagem!
Luciana Barbosa.
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