terça-feira, 18 de maio de 2010
Dos impropérios femininos.
Bruno se considerava um cavalheiro. Sempre gentil com as mulheres, sabia como agradar. Abria a porta do carro, pagava o motel e nunca aceitava dividir a conta no restaurante.
Achava que conhecia a alma feminina como nenhum hétero, até o dia que conheceu Larissa.
Ela, com seu jeito despojado, independente e cheia de si ganhou o coração do moço em questão e com o amor consolidado veio o próximo passo que foi o de morar juntos.
Foi aí que ele descobriu que o mundo feminino era bem mais complexo do que ele imaginava.
No primeiro mês juntos, naquela de amorzinho pra cá, bubuzinho pra lá, acontece à primeira cólica e com ela a necessidade do absorvente.
Ele querendo agradar, propõe correndo a compra do tal, ela toda preocupada diz que então vai escrever no papel as especificações do produto para não haver erro.
Ele dá uma risadinha rápida e diz que ela pode confiar, a compra de um absorvente não deveria ser mais complicada que uma troca de óleo em seu carro e sai.
Chega á farmácia e se depara com uma imensa prateleira de variedades infinitas de absorventes. Camadas secas, super secas, noturno, cobertura suave, com abas, sem abas, internos e afins.
Nunca viu tanta indicação em um produto que seria tão facilmente descartado. Tentou a atendente do local, ela deu um sorriso meia boca e perguntou:
- Qual ela usa?
Aí ele desistiu. Voltou pra casa cabisbaixo e foi ter sua primeira aula sobre absorventes e suas particularidades. Mas os externos, porque os internos, bem isso é outra história já que Bruno ficou todo confuso só de pensar na utilização da cordinha.
Luciana Barbosa.
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