domingo, 29 de novembro de 2009

Este ano.




Este ano, pela primeira vez, notei uma ruga em meu rosto e tive a sensação de que o tempo é implacável e que nunca estaremos preparados pra isso.

Este ano, aprendi que o amor não deve ser nunca sublimado, porque mesmo cercado de cuidados, ele vive de constantes adaptações e nem sempre é fácil.

Também este ano entendi que amigos verdadeiros são sim, contados, infelizmente, nos dedos e que possuímos ao longo da vida mais conhecidos que preenchem nosso currículo social do que amigos que são a nossa base forte para seguir e que os poucos e bons amigos que temos fazem toda a diferença na nossa caminhada.

Este ano aprendi que menos é sempre mais.

Que não quero morrer de trabalhar e que tenho o hoje para viver, amanhã sempre será algo que pode nunca chegar.

Este ano assisti a muitos filmes, li poucos livros, experimentei sabores diferentes e por várias vezes, mesmo rodeada de gente, me senti sozinha e sem lugar.

Ah, este ano! Tive crises de riso impagáveis, crises de choro incontroláveis e mantive a esperança de que tudo tende a ser melhor por mais que não seja.

Também consegui enxergar, que não sou eterna, insubstituível e necessária o quanto gostaria de ser para os que mais amo e que isso não é o fim, e sim, a sequência natural da vida por mais que doa e dói.

E mais uma coisa, aprendi que o mundo não para enquanto sofro e que nossas dores não devem ser eternas, e isso depende exclusivamente de mim.

E olhando pra trás percebo que todos os anos são complementos e que sempre esperamos o próximo para recomeçar na esperança de sermos um pouco mais felizes.



Luciana Barbosa.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

“Ser” mãe.



Sim, sou mãe, antes não o tivesse sido.
Porque mãe não vem com manual, não tem curso de graduação em nenhuma faculdade e muito menos ensino a distância.
Ninguém nos prepara para os choros infindáveis, a doação extrema e o amor sufocante.
Por um tempo deixamos de existir para sermos o “ser” mãe.
E aí, dá lhe sonhos, projetos, perspectivas, projeções e afins.
Achamos que basta ensinar. Do nosso jeito e do jeito que enxergamos o mundo.
Tolas que somos.
Indivíduos que são.
Crescem, e com eles a infinidade do mundo. Gostamos de parecer modernas e enchemos o peito para dizer que são do mundo.
No fundo gostaríamos que o mundo deles fosse sempre nós, e que a primeira série nunca acabasse, que um beijo nosso curasse todas as feridas, que nosso abraço fosse o melhor lugar do mundo.
Sim, eles crescem e nós, mães que somos, ficamos paradas no tempo, diante de uma fotografia antiga esperando que tenham sempre o melhor e que sejam sempre melhores.
Ah! e lógico! Que nos amem incondicionalmente.

Luciana Barbosa.