segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Detalhes.
Amo viver e amo, acredite, por causa dos detalhes.
Deixe-me explicar. Tento sempre andar de cabeça erguida pra não perder o espetáculo que me cerca todos os dias, e olha que são muitos.
Um exemplo é a infinidade de cores, de flores, de rostos e formas que nos deparamos todos os dias. Agora mesmo, vi um senhor de uns oitenta anos, beijando a mão de sua amada com o olhar mais apaixonado do mundo e pude assistir a cumplicidade de tantos anos em apenas um momento, com apenas um gesto.
Amo quando vejo o detalhe da gentileza, da boa educação, do amor dedicado, da amizade sincera.
Detalhes queridos, assim como o cheiro da casa limpa, da roupa lavada, do filho amado, do amor feito e aquele maravilhoso cheiro de mar. Sim, porque apesar da grandeza do mar, de sua riqueza, guardamos na lembrança os detalhes como, cheiro, cores e o barulho das ondas indo e vindo.
Você deve estar se perguntando onde quero chegar com toda essa história. Simples!
Há dias que gostaria de acordar em outro lugar, com outro nome, outro emprego. Só não mudaria o companheiro que tenho, porque este, tenho certeza, carrego de outras vidas.
Acredito que todos, em algum momento, também tem essa vontade de mudar tudo e que há vida por vezes se torna por deveras enfadonha.
Então, quando o coração apertar e você quiser mudar tudo de uma hora pra outra, levante a cabeça, olhe ao redor e perceba os detalhes que fazem da sua vida, única.
Luciana Barbosa.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Das flores as jabuticabas.
Moro em um apartamento e do lado dele, pela minha área de serviço, tenho a visão de um imenso terreno baldio e encostado nele, uma casa que consegue ficar alheia a qualquer regra de segurança que a sociedade e a violência nos impõem. Por incrível que pareça, árvore sobrevive lá, altiva, sem muros.
E em seu quintal, vejo um pomar sempre em produção. Goiabeiras, caquizeiros, uma mangueira, uma infinidade de ervas para chá e a delicada jabuticabeira.
Nunca havia me chamado atenção o tal pé de Jabuticaba, até chegar a primeira chuva do final de Agosto. Foi chover por uns dois dias e o danado se pintou todo de branco com suas flores em festa.
Aquela visão dos futuros frutos me tocou de uma maneira profunda e delicada.
Alheia às minhas dores, minhas alegrias, minha correria sem fim para lugar nenhum, a jabuticabeira se encheu de flores e beleza, e me fez recordar de uma forma profunda minha infância sem muros e sem tantos fantasmas para combater.
E enquanto meus olhos não se acostumam, aproveito o espetáculo e espero das flores as jabuticabas.
Luciana Barbosa.
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