quinta-feira, 11 de março de 2010

Amélia Moderna.




Sim senhoras e senhores, sou uma Amélia moderna.
No princípio só Amélia, daquelas que a mãe ensinou a encerar o chão de joelhos, a cozinhar o arroz soltinho e a cuidar do marido bem, quando o casamento acontecesse.
E o casamento aconteceu bem mais rápido do que eu esperava, aos dezesseis pude colocar em prática todas as receitas e antes mesmo dos vinte troquei todos os embalos do sábado á noite, pelos embalos dos filhos queridos. Longe da família, dos amigos e sem entender por muito tempo o que eu gostaria mesmo para minha vida, fui tentando construir algo que nem mesmo eu sabia o que era.
O resultado foram dez anos frustantes e cheios de mágoas e uma separação nada amigável que me deu de presente ainda uma doença crônica e emocional, o Lúpus.
De mala, cuia e duas crianças, atravessei estados e como toda mulher separada e sem formação, fui parar direto no lar materno. Recomeço complicado e difícil para todos nós.
Durante os dez anos seguintes, fui vendedora, atendente, locutora, apresentadora e faxineira do próprio lar nas horas que me sobravam.
Também fui baladeira, beijoqueira, mas não se iludam, sempre fui Amélia e sexo pra mim sempre tinha que ter o envolvimento, o carinho. E não que eu não tenha me enganado nesses dez anos de solteira novamente. O que eu peguei de traste, melhor nem publicar.
Até que me modernizei, pensei na minha carreira, no que eu gostaria pra mim e aprendi a me amar antes do que qualquer um.
Aos trinta e cinco, conheci meu companheiro nove anos mais novo, me casei com violino e vestido de noiva e chorei de emoção como uma louca.
Contra todas as más expectativas, o casamento vai muito bem há quase dois anos, a saúde melhorou relativamente, saí do vermelho e pude finalmente respirar.
A filha está na faculdade federal, o filho no cursinho e eu me preparando para daqui dois anos, quando fizer quarenta, ir comemorar na Europa. Porque afinal de contas, eu fiz por merecer.

Luciana Barbosa.
Amélia assumida e moderna o bastante para não ter vergonha disso.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Compartilhando o que é bom!!!

"Infelizmente, vivem muito perto. Embaixo da cama ou no armário em frente, que nunca fecha direito que é para espiarem. Viver é aprender a apaziguar os monstros, sabendo que são indomáveis e, mais dia, menos dia, podem voltar a morder."

Mario Corso.